quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Teatro de Marionetas


"A publicação do conjunto de comunicações e mesas redondas sobre o teatro de Marionetas apresentadas por investigadores e marionetistas portugueses e estrangeiros nas três primeiras edições do Seminário Internacional do Teatro de Marionetas realizadas em Évora em 1997, 1999 e 2001 é o resultado de uma preciosa colaboração entre o Centro de História de Arte de Universidade de Évora (CHA) e a Bienal Internacional de Marionetas de Évora organizada pelo Centro Dramático de Évora (BIME-CENDREV)."

Património e Mundialização


"Que significa hoje o termo "património"? Para esgotar o seu conteúdo teríamos de fazer um inventário borgesiano. Não designa esta palavra, simultaneamente, todos os objectos naturais todas as obras culturais, materiais e imateriais, todas as tradições, actividades, crenças, pertecentes a um passado distante e cada vez mais recente, e valorizadas devido ao seu interesse histórico, científico, artístico, afectivo e identitário? (...)"

Arte de Sonhar


"19 de Maio, 1997 - Encontro com Helena Veiga de Oliveira, que conheceu de muito perto o tradutor alemão de Pascoaes. Peço-lhe o retrato rápido de Albert Vigloeis Thelen.
-Poliglota, artista manual, contador de histórias, que detestava a televisão, os políticos, os padres e os militares."

Livro da Ignorância


"Há vozes que acordam
para os sonhos.
Vives nas palavras que te sonham."

Calafrio



"Louco louco

Aprendi, desde muito cedo, que se quaria manter a minha sanidade mental, a independência, teria de me fingir um pouco louco. E foi o que fiz desde então"

domingo, 20 de janeiro de 2008

Évora em Eça



"A breve passagem de Eça de Queiroz por Évora (de Janeiro a Julho de 1867) está relacionada com o facto de ter sido convidado a fundar e dirigir um jornal na cidade, quando preside ao Governo da nação Joaquim António de Aguiar. Está-se então no final do ano de 1866, quando se debatem no país e no parlamento questões candentes (...)"

Do Milénio & outras Crónicas


"Milénio, ano mil, celebração, espera ou temor?
A resposta, provavelmente, diluir-se-á na súmula de uma imaginação ávida e, por vezes, tormentosa, mas que jamais conheceu fronteiras. (...) Que milénios são esses que nos perseguem a fragilidade da memória e, sobretudo, a nossa própria e inapercebida inquietação?"

José de Carvalho


"CORPO é o elemento que caracteriza, em José de Carvalho, simultânea e transversalmente, a vida, a obra e o homem. De forma quase fetichista, o corpo foi o motivo, o meio, a matéria - e o que por trás dela também é obra - de toda a produção artística de José de Carvalho. Mas José de Carvalho, apesar do corpo todo, não foi um body-artist. José de Carvalho não foi, apesar de toda a matéria, um informalista ou um artista mérico. Não foi um artista minimalista, nem neo-figurativista, nem mesmo neo-expressionista ou conceptualista. José de Carvalho não foi video-artist nem foi a fotografia o seu meio de eleição. Não foi um artista da pintura por excelência, não foi o da escultura, nem tão pouco do desenho. José de Carvalho não foi artista de nenhuma destas correntes exclusivamente, mas de todas um pouco; não usou apenas uma destas técnicas, mas serviu-se de todas.
José de Carvalho foi, genericamente, um artista da pós-modernidade.

Água de Prata


"Viveu na mesma casa que o Eça, em Évora. Adora o flamenco, conhece como ninguém a luz de Vermeer e fascina-o a palavra "perdição". Não conhece grandes diferenças entre ele, a luz e a natureza.(...) É o José M. Rodrigues, fotógrafo galardoado, guradador de imagens e de augúrios. Mestre em cristais, auras e outros ofícios."

O Elogio do Silêncio



"PAPAGAIO

Falava um papagaio na gaiola
com uma rapariga que estava no café.
Que dizia? Não se percebia.
Não tinha importância. O ruído
da música na esplanada como um motor
irritante, as conversas, o vento
que soprava e o cão que ladrava,
tudo fazia desse momento banal
a circunstância em que podia
adivinhar-se a nossa condição."

Os Três Primeiros Cadernos


"Em Abril enxertei uma pereira
veio geada e queimou-a.
Foi uma geada negra
feroz.


Agora a pereira rebentou de novo
rente à terra.


A vida recomeça sempre
quando as raízes estão firmes."

Alentejanando


"Cruzando os sabores com história, Joaquim revela os seus gostos e experiências gastronímicas e consegue, literalmente, dar-nos uma imagem da cozinha tradicional alentejana. Um trabalho, ou melhor, uma devoção pelos aromas, sabores e saberes do Alentejo (...)"
Paula Matos dos Santos, Pessoas e Lugares


















[2ª edição]



















[1ª edição]

Audição


"Um actor chega ao palco para efectuar uma audição, que vira publicitada no jornal. O estranho é ninguém mais ter comparecido naquele teatro, nem júri para o avaliar, nem colegas candidatos. Mas desistir não é com ele. Apresentará na solidão da cenaa ficção que trouxe preparada. E o espectáculo acontece."

Um Édipo


"Tirésias, o velho xamã cego, é visitado por Jocasta, que recusa a dar-se por morta. Jocasta esconde o vergão negro de enforcada com um lenço longo cruzado no pescoço. Antes de ambos surgirem ou falarem, ouve-se a Melodia de Manto (ver partitura em anexo), entoada por esta personagem."

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Das Cercas dos Conventos Capuchos


"O livro que agora se publica Das Cercas dos Conventos Capuchos da Província da Piedade é o resultado do trabalho de fim de curso da licenciatura em Arquitectura Paisagista apresentado por António Xavier. A investigação desenvolvida, a originalidade do tema, a procura de uma identidade tipológica entre as várias cercas estudadas, a relação destas com o topus onde se inscrevem e com o Universo de espiritualidade que representam, rapidamente transformaram este trabalho de carácter académico numa proposta de investigação que desde logo o centro de História de Arte da Universidade de Évora acolheu na sua linha de investigação sobre Paisagem.
No deserto editorial sobre a temática da paisagem, que caracteriza a realidade portuguesa, o livro de António Xavier constitui-se como uma possibilidade de reflexão sobre a teoria e a construção da Paisagem, em Portugal."
Aurora Carapinha - Arquitecta Paisagista

Crónicas com Évora em Fundo


"ABERTURA
Tem o leitor em suas mãos algumas historietas, todas elas independentes umas das outras, mas todas sobre a cidade de Évora.
Quadros simples ou um tanto elaborados, elas são divertimentos literários, tecidos de fantasia, de história e até de lenda, sempre com Évora em funo.
Património mundial pela sua realidade física e valores culturais, esta bimilenar cidade constitui matéria quase infindável para ser mormente em termos literários."

O Eunuco de Inês de Castro, Teatro no País dos Mortos



"E eis aqui esta peça, O Eunuco de Inês de Castro, um ramo novo e viçoso de uma árvore enorme. Nele podemos identificar o que de melhor a temática inesiana produziu ao longo destes séculos. Se atentarmos para o subtítulo, Teatro no país dos mortos, já notaremos a presença da tensa relação entre tempo e eternidade. A acção dá-se no não-espaço do não-tempo, o país dos mortos, onde, segundo algumas tradições, o homem está finalmente livre de tudo aquilo que o constrange em vida."

Patrícia da Silva Cardoso, do prefácio: Inês de Castro, tudo de novo sob o sol

Perfil de Odessa


"as bruxas
dançam nuas
em lua cheia
as almas cruas
em roda inteira!
gritam e matam
saciam o sangue
nos homens que vêem
nas sombras que passam."

O que não pode ser dito



"Um espaço para as pálpebras para que o corpo se

palpe e se apague na continuidade da nascente."

Tectos Barrocos em Évora


"Só se poderá avaliar acultura artística em Portugal quando houver um conhecimento completo da catalogação da pintura, da escultura, da arquitectura, enfim, da toda a manifestação da "forma artística" do país. Neste momeno, procurou-se associa todos os tectos barrocos do centro histório da cidade de Évora numa rápida interpretação; avaliar a sua produção; os possíveis modelos dd criação; os seus aspectos técnicos e, finalmente, a sua mensagem cultural, ou seja, procurar conhecer o seu significado no tempo e no espaço."
M.M.M.

Campos Magnéticos


" Embarcação

Uma mulher regressa a casa
pelo caminho das hortas

À cabeça traz um cesto de verga
cheio de couves e rama de videira
para as cabras. Lá dentro
bem aconchegado
O seu menino balança
Balança compassadamente ao ritmo
da mãe"